PÁSCOA E RENASCIMENTO?

Compartilhe:

    A Páscoa é uma festa de origem judaica, que comemora a liberdade do povo hebreu após um longo período de escravidão no Egito. Com o mesmo sentido de libertação e de esperança, a Páscoa cristã surge posteriormente com a comemoração da ressurreição de Jesus Cristo, com o propósito de disseminar, na comunidade cristã, o sentido de renovação da fé na vida transcendente...

   Então, do que necessitamos nos libertar?

   Ou ainda, será que estamos “mortos” em vida?

   Logo, por que necessitamos Renascer? 

   Em alguma medida sim, carecemos de libertações de múltiplas ordens, estamos morrendo e renunciando-nos, não apenas a cada dia, mas também, a cada renúncia. Somos suscitados a repetir e repetir por inúmeros fatores e condicionamentos, o bom, em algumas vezes, por opção e compreensão, e o ruim por desconhecimentos e condicionamentos... 

   O que é a morte? Seria apenas o falecimento, passamento, ou ainda o desencarne, quando ocorre o processo irreversível de cessamento das atividades biológicas? Ou a morte também pode ser, no sentido figurado? A perda ou as renúncias de múltiplas ordens, sejam elas: por desconhecimentos, condicionamentos ou até mesmo por opção radicadas em um estado de torpor mental, emocional ou ainda na culminância de ambos – existencial!

   Somos condenados a renunciar: as imbricações familiares, os condicionamentos eletivos radicados e decretados pelo marketing econômico ou político estão solapando a Vida, cumprimos decretos de múltiplas ordens, somos convocados a incluir excluindo, respeitar desrespeitando, amar odiando e escolher rejeitando, todos estes, e alguns mais, estão a transvalorar o direito à Vida, e, condicionando a liberdade...

   Retomando as inquirições, necessitamos Renascer?

  Aqui recai um questionamento interessante, por que nem sempre somos livres para escolher Renascer ou não? A vida, em alguma medida, é uma sucessão de cadeias de significantes e significados, de acordo com a experiência e possibilidades de cada um. Não percebemos, mas ao longo de nossas existências vamos elegendo ou somos condicionados a fazermos escolhas, nem sempre livres, algumas sucedâneas de eleições outras de imposições mais ou menos sutis.

   Não há escolhas, adesões ou até mesmos condicionamentos isentos de desdobramentos. Neste entendimento, estamos imersos em sentenças que ninguém escapa, ou no mínimo a maioria. Logo, todas as ações, sejam elas: mental, emocional ou existencial que não deixam de serem incidentes em nossas vidas.

   Apesar dos inúmeros esforços para a renúncia do pensamento crítico (reflexivo) e a presença caótica de múltiplas ordens dos decretos, de forma direta ou indireta, renascemos a cada dia. Não obstante, dos condicionamentos da sociedade contemporânea o ato ou a intenção do Renascer é um estatuto imprescindível de homeostasia e saudabilidade, carecemos de eleições em nossas vidas, eleger é um ato ativo e não passivo ou deveria ser, carecemos de reflexões em detrimento das adesões tácitas, filhas da massificação dos múltiplos condicionamentos, nos afastamos da Vida na condenação dos ditames condicionadores das Renúncias.

   Portanto, consonante ao período Pascal, carecemos RENASCER para Vida Transcendente, afinal, podemos e talvez devêssemos eleger mais e aderir menos, afinal a Vida não é, e não deveria ser um decreto a ser cumprido, mas sim, uma dádiva a ser vivida... 

   O Instituto Ami de Terapias e Transdisciplinaridade deseja a todos uma Feliz Páscoa e um Renascimento na Harmonia e na Felicidade!

Carinhosamente, Sejam Felizes!

Cedaior da Silveira

Filósofo – Psicólogo e Psicanalista

Autor. Cedaior da Silveira

CONTINUAR