NOSSOS ARTIGOS
Vivemos tempos estranhos, a cultura social política rivalizou as relações e assim os valores foram transvalorados, as referências parentais perderam seus status, o usual radica na não hierarquia parental, onde a incidência social conduz ao poder individual sobrepondo as figuras estruturantes, numa quebra objetiva de não hierarquia, sobrepondo e submetendo as fases até então vigentes, formadoras da dinâmica desejável, não só do aparelho psíquico, mas também nas relações parentais e sociais.
Segundo Lebrun (2010), pela primeira vez na história registra-se um rompimento na conexão entre o funcionamento social e o funcionamento da família. Como consequência dessa ruptura fica evidente no fato de que a criança, por não ser mais impelida a inscrever-se no social pelos primeiros outros, encontra-se espontaneamente convidada a recusar o trabalho de subjetivação que a norteava, ao mesmo tempo em que deveria renunciar sua onipotência infantil e a se independentizar de seus primeiros outros. Um mal-estar na subjetivação caracterizando sujeitos que parecem viver em uma fase de latência que se prolonga indefinidamente.
Saímos de uma cultura fundada no recalcamento dos desejos, onde os conteúdos inconscientes eram mantidos fora da consciência e, por consequência, uma cultura da neurose, onde existiam os conflitos entre os desejos inconscientes e a realidade externa, passando a outra que conduz a livre expressão na busca do gozo a qualquer custo. O neurótico (a) obsessivo (a) se organiza em torno da preocupação em anular o desejo sexual. Nessa nova economia psíquica, ao contrário, faz do desejo sexual uma mercadoria dentre outras tantas.
Em tempos de uma cultura onde há o abando da religião e o patriarcado, nos quais os sujeitos eram obrigados a recalcar desejos e estruturar-se neuroticamente, dirigindo-se para outra que se dissemina o direito ao acesso da totalidade de desejos e plena satisfação de todos eles. Tal mudança desvaloriza valores que a tradição política e moral transmitia de maneira contumaz.
Hoje existe uma desconstrução de ritos, os ritos são transvalorados, outrora utilizados como ideais norteadores na cultura auxiliavam na delicada transição da infância à idade adulta. A passagem torna-se solitária, não há um reconhecimento socialmente valorizado. Na modernidade, os “diplomas” perderam seu valor simbólico, ou, desviaram-se das fases saudavelmente estruturantes, neste entendimento, os rituais de religião não são tomados como uma resposta universal, o laço do matrimônio não é forte como outrora, e o trabalho é provisório e mal remunerado,
Na contemporaneidade, caracterizada pelo esvaecimento das tradições, os indivíduos não contam com o aparato simbólico para realizar a passagem da adolescência, o mesmo é transvalorado, e são obrigados a construir soluções singulares para lidar com esse tempo, algumas vezes arriscando a própria “pele” na busca de uma resposta sobre o seu ser de homem e mulher. Não se trata mais de um movimento de oposição ao posto, mas um movimento que segue seu próprio impulso. Além da crise ou inexistência de referenciais, é perceptível que o infante/adolescente cumpre a obrigação dos novos tempos, ou seja, há de se impor com a quebra das referências, independentes de suas valências ou não, enquanto é a legitimação da própria referência que se tornou como que inacessível.
É mister compreender o quanto o adolescente é suscitado a vir declinar a função paterna, onde o mesmo ilusoriamente a recepciona como um ato de independência, porém, torna-se sequestrado pela tardia dependência de seus tutores e da sociedade como organização ou licenciosidade do Estado, um declínio da função paterna na sociedade.
Vivemos em um momento de esfacelamento da autoridade, uma verdadeira dificuldade para inúmeros pais cumprirem a sua função paterna de dizerem não aos seus filhos, quando assim o for necessário. Pais e mães ou representantes destes, não reconhecem suas legitimidades de poder, onde eles devem significar e determinar as interdições aos filhos ou infantes na passagem à fase adulta.
Hoje, como se observa, existem diversos pais que se sentem obrigados a estar sempre na condição de facilitadores e provedores das solicitações dos filhos, a bem garantirem alguma compensação afetiva, por menores que as forem. Sob tal justificativa, pais assumem o suprimento total dos desejos filhais, acreditando ser da “competência” parental. Assim, na busca do mínimo de afeto o que realmente importa fica em segundo plano, deixando de educar, constituir e preparar para vida em sociedade. Como, atualmente, os pais e mães têm de suprir toda e qualquer demanda de seus filhos, justificam uma carência anterior, fazem aos pequenos, aquilo que gostariam que seus pais tivessem proporcionado a eles. Justificam que não tiveram tal cuidado, esquecendo que, a maneira como foram criados foi o que os trouxe até o atual. Reivindicando de forma inconsciente, um amor que acreditam não ter tido, numa renunciante e visível transvaloração das figuras parentais.
Sob tal renúncia, porém não menos impositiva, passam a rivalizar com as figuras parentais, demonstrando suas reatividades, logo, deixando de lado o fato de que, tudo que são, as pessoas que se tornaram e o que construíram, foi produto da formação que obtiveram de seus pais, sem a percepção de que estão dando para os seus filhos aquilo que acreditam que deveriam ter recebido dos pais, fazendo pra si, deixando de fazer para o outro e buscando de forma inconsciente que os filhos gostem mais deles e digam o quanto são bons pais.
As famílias estão abdicando do seu papel estruturador, educador e preparador, buscando apenas, como função estruturante – a renunciante e ilusória sensação de amor, acreditando estar protegendo a criança pelo tempo que for necessário, das dificuldades que a vida no social pode proporcionar. Indivíduos que se tornarão adultos sem terem sido obrigados a deixar a infância. Passamos por algo inédito na história, que se consuma no fato dos pais não poderem dizer não aos seus filhos. Os pais não podem dizer não, simplesmente porque, de uma forma generalizada, os mesmos, não se permitem mais dizerem os nãos estruturantes e norteadores. A compensação da falta de amor e a não atribuição, destes, buscam tão somente o amor dos filhos, não há responsabilidade de educar e preparar para o mundo, e sim, buscar o amor no filho, que lhe falta.
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