NOSSOS ARTIGOS
inte de novembro, dia da consciência negra. Data inserida recentemente no calendário oficial brasileiro com o objetivo de enaltecer a história de resistência de Zumbi dos Palmares ao modelo escravocrata do Brasil Colonial, inspirando novas gerações a refletirem sobre a terrível herança que esse período ainda impõe a nossa Sociedade.
Eventos como esse propiciam grandes reflexões. No caso específico dessa “celebração”, o pano de fundo é notadamente a questão do preconceito racial.
Diante disso, sugiro um debate distinto daquele habitualmente vivenciado, uma discussão despida do ressentimento histórico e do caráter político-ideológico que sempre a permeou, fomentando a diferença a despeito da integração social.
A primeira premissa desse debate nos parece óbvia: A Sociedade brasileira é extramente preconceituosa. Isto é fato. E não apenas do ponto de vista étnico.
Todas as diferenças são comumente desrespeitadas no “país da tolerância”. Alias, tolerar é sinônimo de suportar. Nenhum outro verbo representaria com tamanha precisão o nível de tensão social existente no Brasil.
É claro que a discriminação não é um “privilégio” apenas brasileiro, é uma chaga mundial. O desamor e o desrespeito ao próximo estão propagados em todas regiões do planeta.
Particularmente, posso dizer que sofro na pele – literalmente – todos os dias os efeitos do preconceito. Essa assertiva pode transparecer exagerada, dependendo da premissa pela qual é analisada.
Obviamente, do ponto de vista objetivo e factual, essa é uma afirmação excessiva, baseada (como alguns pensam) em pura paranoia.
Contudo, não é essa a premissa do debate aqui sugerido. O núcleo dessa discussão reside em cotejar um tema pouco explorado, mas fundamental para compreender, intrinsecamente, a relação do negro com o preconceito, qual seja, a sua constituição como individuo.
O negro é constituído, e até mesmo concebido, com a sombra da discriminação. O falacioso e recorrente discurso propagado durante séculos de que a etnia negra seria inferior as demais ainda tem obstado a afirmação dele como indivíduo pleno.
O próprio negro, subliminarmente, durante anos assumiu essa condição. Nossos pais, no afã protecionista, muitas vezes – involuntariamente é obvio – nos incutiram o conceito de inferioridade. Afinal, qual criança negra não ouviu a expressão:
“Negro, para merecer, precisa fazer duas vezes!”
Vejam o simbólico negativo que essa frase carrega. Na ilusão de quem a profere, o negro é originalmente não merecedor. Logo, precisa superar as expectativas para ser aceito. Imagine a carga que um conceito assim impõe a uma criança. O que ela irá reproduzir?
É dentro desse contexto irreal que o individuo negro é constituído. A partir disso, surgem as explicações para os diversos estereótipos assumidos junto a Sociedade: o mais engraçado; o melhor dançarino; o mais viril; a mais fogosa e outros.
Todas são facetas da ilusão imposta durante anos ao negro. Essas adjetivações são, na verdade, mecanismos de aceitação. Por isso, o debate sobre o preconceito racial deve ser mais profundo, calcado numa conotação menos casuística e mais conceitual.
Certamente as ocorrências pontuais devem continuar sendo reprimidas. Todavia, em paralelo, é preciso enfrentar a essência da questão, principalmente, para desconstruir a ideia de inferioridade falsamente impregnada desde a constituição do homem negro.
Por vezes, determinados movimentos sociais, no intuito de forçosamente se legitimarem, ratificam aqueles estereótipos de aceitação que, na essência, são os reflexos da dor que negro reprime ao longo da vida. Assim, como a intenção é tutelar, a emancipação do individuo fica em segundo plano. E os progressos, mesmo concretos, são superficiais, pois baseados numa premissa ilusória.
Sob essa constatação, fica um questionamento: Qual é o real legado de Zumbi que não a busca pela liberdade e a plenitude do indivíduo? De fato, nenhuma causa inspirada no líder do Quilombo dos Palmares pode olvidar esse binômio.
Afinal, se estamos falando de consciência, na acepção da palavra, ela deve nos emancipar, não aprisionar.
Rodrigo Noronha – Advogado e Pensador
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